Deep Energy Retrofit: como reduzir até 60% do consumo energético da sua casa
- Karolline Dutra
- 18 de set.
- 6 min de leitura
Atualizado: 30 de set.
O Deep Energy Retrofit (DER), também conhecido como reabilitação energética profunda, é uma estratégia essencial para modernizar edifícios, priorizando a eficiência energética e a sustentabilidade. Embora já seja bastante difundida no Reino Unido e na Irlanda, esta prática ainda está em fase emergente em Portugal, onde oferece uma oportunidade para reduzir custos, aumentar o conforto e valorizar os imóveis.

À medida que a tecnologia avança e as regulamentações ambientais se tornam mais exigentes, uma solução ganha destaque no setor da construção: o Deep Energy Retrofit (DER), também conhecido como reabilitação energética profunda. Esta abordagem vai muito além de uma simples renovação. Trata-se de um método sustentável e estratégico que moderniza edifícios existentes, tornando-os mais eficientes, confortáveis e económicos. Já bastante comum no Reino Unido, na Irlanda e noutros países europeus, esta prática ainda é emergente em Portugal, onde representa uma oportunidade significativa de crescimento.
Com um retrofit bem planeado, é possível reduzir de forma expressiva o consumo de energia e água, prolongar a vida útil do imóvel e garantir conformidade com as normas ambientais atuais. Mais do que uma renovação, o DER é um investimento no futuro — capaz de transformar casas antigas em habitações modernas, saudáveis e de elevado valor no mercado. Saiba como reduzir o consumo energético da sua casa.
O que é, afinal, um Deep Energy Retrofit?
O Deep Energy Retrofit (DER), também conhecido como reabilitação energética profunda, é um processo de modernização sustentável aplicado a edifícios já existentes. O objetivo principal é reduzir de forma significativa o consumo de energia e melhorar o desempenho global da habitação.
Ao contrário de uma renovação tradicional, que muitas vezes se limita à troca de janelas ou à substituição de equipamentos, o retrofit energético profundo atua de forma integrada e estratégica. Isso significa olhar para o edifício como um todo — desde a sua envolvente até aos sistemas de climatização e ventilação — garantindo melhorias consistentes em eficiência, conforto e durabilidade.

Quando aplicado corretamente, este método pode:
Reduzir substancialmente os custos energéticos, com impacto imediato nas contas mensais de eletricidade e gás.
Diminuir a pegada ambiental do imóvel, ao alinhar a habitação com as metas globais de sustentabilidade.
Aumentar o conforto térmico e a qualidade do ar, criando espaços mais saudáveis para os ocupantes.
Valorizar o imóvel no mercado imobiliário, tornando-o mais atrativo e competitivo.
Essas transformações só são possíveis graças ao uso de tecnologias modernas e soluções de engenharia de ponta, que vão desde materiais de isolamento avançados até sistemas inteligentes de monitorização e gestão energética.
Portanto, um Deep Energy Retrofit é uma maneira execlente de reduzir consumo energético da sua casa. Mais do que uma melhoria técnica: é uma estratégia de longo prazo que beneficia proprietários, ocupantes e a sociedade como um todo.
Os três pilares do Deep Energy Retrofit para reduzir o consumo energético da sua casa
1. Estrutura e envolvente do edifício
A envolvente do edifício — paredes, coberturas, pavimentos e janelas — é o primeiro passo para reduzir perdas energéticas. A aplicação de isolamento térmico eficiente, combinada com vidros de alto desempenho e caixilharias estanques, melhora drasticamente a eficiência global. Ao reforçar a estanqueidade e eliminar infiltrações de ar, o edifício passa a manter temperaturas internas estáveis, reduzindo a necessidade de aquecimento ou arrefecimento constante.
2. Aquecimento e climatização com energias renováveis
O segundo pilar é a substituição de sistemas obsoletos de aquecimento por soluções de última geração. As bombas de calor são hoje a escolha mais eficaz, podendo funcionar com piso radiante ou radiadores. Além de consumir menos energia, elas aproveitam recursos renováveis e podem ser integradas a sistemas inteligentes de monitorização de consumo. Isso não apenas reduz custos, como também prepara a habitação para cumprir normas ambientais mais exigentes no futuro.
3. Ventilação mecânica controlada
A ventilação é muitas vezes esquecida em projetos de reabilitação, mas tem impacto direto na saúde dos ocupantes. Um sistema de ventilação mecânica com recuperação de calor garante a renovação contínua do ar, elimina humidades e previne problemas como fungos e mofo. Além disso, consegue recuperar grande parte do calor do ar extraído, mantendo o equilíbrio térmico e reduzindo desperdícios.

Benefícios do Deep Energy Retrofit
Um retrofit energético não é apenas um investimento técnico. É também uma melhoria significativa na qualidade de vida. Entre os principais benefícios estão:
Redução das despesas energéticas: casas reabilitadas podem gastar até 70% menos em energia e água, gerando economia imediata.
Maior conforto diário: temperaturas estáveis, ausência de correntes de ar e melhor isolamento acústico transformam a experiência de morar.
Valorização patrimonial: imóveis com certificação energética elevada tornam-se mais atrativos no mercado e têm maior valor de revenda.
Cumprimento de regulamentações: estar em conformidade com normas energéticas é cada vez mais exigido em processos de compra, venda ou arrendamento.
Sustentabilidade ambiental: a redução do consumo resulta diretamente em menores emissões de gases de efeito estufa, alinhando o edifício às metas climáticas.
Como garantir um Retrofit bem-sucedido?
Fazer um retrofit exige planeamento e execução de qualidade. Alguns pontos são fundamentais:
Planeamento integrado: intervenções parciais podem gerar desperdício e resultados limitados. O ideal é implementar todas as medidas de uma só vez, aproveitando a sinergia entre sistemas.
Equipa qualificada: retrofits de baixa qualidade podem gerar problemas graves, desde infiltrações até riscos à saúde. É essencial contratar profissionais qualificados e certificados.
Design e layout inteligentes: a organização dos espaços influencia diretamente a eficiência energética. Um bom planeamento nesta fase garante maior aproveitamento da intervenção.
Acompanhamento pós-obra: monitorizar o desempenho do edifício após a reabilitação é crucial para identificar ajustes e maximizar os benefícios.

Quanto custa e qual o retorno?
O custo de um Deep Energy Retrofit varia de acordo com a dimensão, a idade e as necessidades do edifício. Em muitos casos, o investimento situa-se entre 15% e 30% do valor da propriedade. No entanto, é importante avaliar o retorno a médio e longo prazo: não apenas na economia das contas mensais, mas também no aumento do valor de mercado do imóvel e no cumprimento de legislações que tendem a ser cada vez mais rigorosas.
Exemplo de Estimativas (Portugal, 2025)
Tipo de habitação | Investimento aproximado | Poupança média anual em energia | Retorno estimado |
Apartamento T2 (80 m²) | 20.000 – 30.000 € | 900 – 1.200 € | 15 – 20 anos |
Moradia unifamiliar (150 m²) | 35.000 – 50.000 € | 1.800 – 2.400 € | 12 – 18 anos |
Edifício multifamiliar (5 andares) | 200.000 – 300.000 € | 12.000 – 18.000 € | 12 – 16 anos |
Estes valores são indicativos da realidade em Portugal e podem variar consoante a localização, o estado inicial do edifício, as tecnologias escolhidas e os incentivos disponíveis. Entretanto são excelentes indicativos para reduzir o consumo energético da sua casa em até 60%.
Retrofit como futuro da construção
Mais do que uma tendência, o retrofit energético profundo representa uma mudança de paradigma na forma como construímos e reabilitamos edifícios. É considerado um dos métodos mais eficazes e económicos para reduzir emissões, modernizar património edificado e garantir habitações mais confortáveis e saudáveis.
Nos Reino Unido, Irlanda, Alemanha e países nórdicos, esta prática já é amplamente difundida, com programas governamentais e certificações que exigem níveis elevados de eficiência energética. Nessas regiões, o Deep Energy Retrofit é visto não apenas como uma oportunidade, mas como uma necessidade para alinhar o setor da construção às metas ambientais de médio e longo prazo.
Em Portugal, o tema ainda é relativamente novo e pouco falado fora de círculos técnicos. Apesar disso, tem havido avanços, impulsionados sobretudo pela procura de certificações internacionais como o BREEAM e o LEED, que nos últimos anos cresceram de forma significativa no mercado imobiliário de médio e alto padrão. Esse movimento mostra que há uma tendência de crescimento e que cada vez mais projetos começam a integrar preocupações reais com eficiência energética e sustentabilidade.
Para profissionais da construção civil, trata-se também de um campo de especialização em rápida expansão. A procura por formações, certificações e práticas de retrofit sustentável tende a aumentar, tornando-se uma competência valorizada no mercado e uma vantagem competitiva para arquitetos, engenheiros e gestores de projeto.
Conclusão
O Deep Energy Retrofit é uma solução abrangente que alia tecnologia, sustentabilidade e qualidade de vida. Para proprietários, significa viver em uma casa mais confortável, económica e saudável. Para a sociedade, é um passo essencial na luta contra as alterações climáticas e no aproveitamento mais responsável dos recursos.
Se está a pensar em reabilitar a sua habitação ou edifício, conte com o apoio de uma equipa especializada. A Guedu Atelier acompanha todas as fases do processo — do planeamento à execução — garantindo que o seu investimento se traduz em resultados duradouros.
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Escrito por Karolline Dutra
Engenheira Civil e Ambiental | Interior Designer
Especialista em Conservação e Reabilitação de Construções
Cost Consultant e Project Manager
Founder & CEO da Guedu Atelier
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Guedu Atelier é uma empresa de consultoria especializada em gestão de projetos, consultoria de custos, fiscalização de obras e design de interiores. Estamos prontos para apoiar decisões estratégicas e transformar ideias em projetos viáveis, equilibrando qualidade, funcionalidade e investimento.
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